O deputado Bira do Pindaré (PT) subiu ao plenário da Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda-feira (25), para comentar a recente decisão do governo estadual em retomar o convênio com o hospital Aldenora Bello. O parlamentar reconheceu a atitude do governo e dos que lutaram pela retomada do convênio, contudo, lembrou que a situação da saúde pública no Maranhão é desastrosa.
Bira repercutiu o trabalho de alguns deputados pela solução da questão e confirmou uma nova visita ao hospital para saber da real situação do atendimento de emergência. “Vou voltar ao hospital, para conversar com a direção do hospital, para saber se o convênio está realmente estabelecido, se está em ordem e dessa forma então para a gente poder dizer que pelo ao menos nesse episódio do Aldenora Bello, a gente teria tido uma conclusão ou um desfecho satisfatório”, garantiu.
A realidade dos maranhenses que precisam ir a outros estados para serem atendidos com dignidade também foi lembrada. “Quantos maranhenses são obrigados a deixar o Estado, em busca de atendimento à saúde e a maioria absoluta, vai ou pelo menos ia para Teresina e hoje estão vivenciando uma verdadeira humilhação, lá na cidade de Teresina, porque a Capital do Piauí não quer mais atender o povo do Maranhão”, reclamou.
A situação do Hospital do Ipem também foi destaque da fala do petista, assim como a falta de profissionais médicos e a carência de cursos formadores. De acordo com o parlamentar, o Maranhão precisa urgentemente de novos cursos no interior para suprir a demanda da população. Bira lembrou seu pedido pela criação do curso de medicina em Santa Inês, pela importância e localização estratégica da cidade.
Bira também iniciou uma reflexão sobre a criação de cotas sociais para maranhenses na Uema. O debate foi caloroso e a deputada Vianey Bringel (PMDB) foi contra a ideia de uma nova faculdade em Santa Inês. “Ele está sendo formado aqui no Maranhão e em todos os lugares do Nordeste, só que a gente tem uma grande coisa quando é médico, só que quem forma no Nordeste, desce para o Sudeste e não volta, o grande problema é esse”, afirmou Bringel.
A deputada Cleide Coutinho (PSB) enfatizou que o problema da saúde é a concentração de médicos nas grandes áreas. “Qual é o problema, é que haja uma política de governo de uma melhor distribuição de médicos, para que isso aconteça tem que ter duas situações tem que ser resolvida, melhor condição de trabalho, implantação de uma política de valorização desses recursos humanos, com a implantação de um piso salarial compatível com os compromissos assumidos”, determinou.
Valéria Macedo contribuiu com a discussão destacando a importância do Ministério da Saúde para tratar da questão e sugerindo medidas para melhorar os indicadores do Maranhão. “Investimentos do Ministério da Saúde, aprovação da Emenda Constitucional nº 029 que define os recursos a ser aplicados na Saúde. A valorização dos profissionais da saúde, não só o médico mais o restante dos profissionais que trabalham nos programas de atenção básica. A interiorização da Saúde Publica”, apontou Macedo.
O deputado Tatá Milhomem (DEM) foi contra a proposição das cotas para maranhenses na Uema, em contrapartida defendeu a criação de novas universidades de medicina pelo Estado. “Uma máquina, um motor, um caminhão, não se pode consertar apenas uma roda e deixar o restante estragado, é preciso que nos conscientizemos que as coisas têm que funcionar em conjunto, têm que vir desde o primário. Que venha lá da origem, porque senão não vamos para lugar nenhum”.
Bira terminou seu pronunciamento ressaltando a importância do curso de medicina em Imperatriz e sua proposta de cota social para o estudante de escola pública. “Que não seja apenas o curso em São Luís, Caxias, Imperatriz, que tenha pelo menos mais um curso na região central do Estado para atender a população maranhense, formar médicos maranhenses. E se não tem prioridade para o estudante maranhense, nós podemos dar, nós estamos aqui no Poder Legislativo, que pode sim aprovar cota para escola pública maranhense”, finalizou.
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