quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bira questiona modelo de capacitação profissional adotado pelo governo do Estado

Assecom/Gab.Dep.Bira do Pindaré

O deputado Bira do Pindaré discursou, na manhã desta quarta feira (18), na Assembleia Legislativa e questionou o modelo de capacitação profissional proposto pelo governo estadual na última semana. O Estado promete capacitar mais de 400 mil pessoas em quatro anos.

O Maranhão Profissional pretende investir oito milhões de reais na construção de onze Cetecma´s. Bira avalia que a necessidade de capacitação é fundamental para o desenvolvimento do Maranhão, entretanto, a forma como esse projeto foi elaborado preocupou o parlamentar.

Segundo o parlamentar petista, o governo estadual tenta, mas não consegue copiar o projeto do governo federal de expansão do ensino técnico. Nos IFMA´s, o estudante cursa o Ensino Médio e depois é encaminhado para o superior e técnico.

“Aqui no Maranhão resolveu-se fazer uma separação entre ensino médio e a capacitação técnica. As escolas de ensino médio estão para um lado e o Ensino Técnico está para outro. E eu não consegui entender por que o governo estadual não adota o mesmo modelo do federal. Por que as escolas de ensino médio também não são habilitadas, preparadas para fornecer o ensino técnico aos maranhenses?”

O Maranhão é, no ENEM, o 27º colocado do Brasil. “Um estudante que termina o ensino médio, no Estado do Maranhão não tem perspectiva nenhuma porque, infelizmente, as nossas escolas têm os piores indicadores do IDEB do Brasil”, denunciou Bira.

De acordo com o parlamentar, o MA tem uma das maiores parcelas de trabalhadores no mercado formal sem o ensino médio, não tem nem o ensino fundamental e uma quantidade imensa de analfabetos. Bira sugeriu ao Estado que faça a associação da capacitação técnica, da capacitação profissional e da escolaridade dos maranhenses.

A RAIS (Relação Anual de Relações Sociais) de 2010 aponta um estoque de trabalhadores no mercado formal brasileiro. De 44 milhões de pessoas, o Maranhão tem um estoque de 636 mil. No mercado brasileiro, o estoque de trabalho formal é da ordem de 40% da população economicamente ativa, no Maranhão, não chega a 20%, ou seja, temos uma defasagem de mais de 100% em relação à média nacional.

Informou, ainda, que 40% dos empregados no mercado formal é servidor público, “portanto não é o setor produtivo que gera os empregos no Maranhão, é sim o serviço público”.

De acordo com Bira, no Maranhão, o salário médio hoje de quem está no mercado formal é R$ 1.340,00, é o quinto pior salário médio do Brasil. Para ele, a baixa escolaridade da população é a principal a responsável por essa tragédia social.

DESEMPREGO

O Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), que acompanha mensalmente a movimentação de demissões e admissões, foi divulgado nesta terça, revelando que até abril de 2011 o saldo do MA é negativo. São 1.781 postos de trabalho fechados no Maranhão, até esse momento. “Nós estamos crescendo para baixo igual rabo de cavalo”, criticou.

Segundo o parlamentar petista, “há uma estagnação, há um retrocesso na geração de empregos aqui no Estado do Maranhão, e eu não sei se esses grandes projetos que estão sendo anunciados aí vão ser suficientes para resolver essa problemática”.

Ele acrescentou que não quer vender ilusões. “Acho que os grandes projetos são importantes, ninguém tem dúvida disso, eles geram empregos, não tenho dúvida disso, mas eu não sei se é o suficiente”, concluiu.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa aprovou o Requerimento nº 175/2011, de autoria do deputado Bira do Pindaré, que requer a realização de audiência pública no dia 07/06, às 15h, para discutir e propor encaminhamentos sobre a gestão de resíduos sólidos no Estado do Maranhão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário