terça-feira, 3 de julho de 2012

Deputado Bira afirma que a CAEMA está voltando ao tempo da Ana Jansen, que distribuía água na costela de jumento


Da Assecom Dep. Bira

O aumento na tarifa de água e esgoto concedido pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) foi mais uma vez alvo de discussões na Assembleia Legislativa.

Na última quarta-feira (27) a Casa Legislativa debateu, na sala de comissões, o aumento abusivo. A idéia de uma audiência pública surgiu após os sucessivos interrompimentos no abastecimento de água, na cidade de São Luís.

Foram convidados para o debate e compareceram: A promotora Lítia Cavalcanti; o vereador Batista Matos (PPS); representante do PROCON Bruno Carneiro; presidente do Sindicato dos Bancários Vânei Almeida. A CAEMA, a Secretaria de Saúde e a Associação dos Geólogos foram convidadas não compareceram e nem mandaram representantes.  

O Ministério Público anunciou que foi concedido um termo de ajustamento de conduta (TAC), estabelecendo o reajustamento em duas parcelas, uma em 2012 e outra para 2013. Durante o debate a promotora Lítia Cavalcanti fez questão de frisar que o reajuste tarifário dessa primeira etapa seria de 43%.

A Promotora garantiu que se houver comprovação de aumento abusivo o MP pedirá a execução do termo de ajustamento de conduta. O PROCON abriu procedimento e notificou a CAEMA, contudo a CAEMA ignorou a notificação e não deu nenhuma resposta.

O Sindicato dos Urbanitários destacou que o problema da CAEMA não é o valor da tarifa, a tarifa de fato está abaixo da média nacional. O problema da CAEMA são os serviços de péssima qualidade, quando são feitos e que na maioria dos casos nem sequer são executados.

A CAEMA chegou ao ponto de anunciar a distribuição de água em carro pipa como um avanço de gestão do Governo do Estado. Contrariando toda a lógica de políticas públicas São Luís parece ter voltado ao século XIX. 

“A CAEMA está voltando para o tempo da Ana Jansen, que distribuía água na costela de jumento, em carroças e hoje é um pouco mais moderno é utilizado o carro pipa. Ana Jansen volta a circular pela cidade de São Luís, não nas carruagens imaginárias na madrugada que está aí no imaginário da população, mas durante a luz do dia e distribuindo água por uma empresa contratada e não sabemos ainda quanto custa isso para o Estado”, criticou Bira.

O deputado Bira considerou ilegal e indevida a cobrança que a CAEMA faz com relação ao sistema de esgotamento sanitário no MA. A CAEMA não oferece os serviços de esgoto de fornecimento de água, abastecimento de água e o que é mais grave o serviço de esgoto. A população é obriga a pagar por uma mercadoria que indiscutivelmente não é oferecida.

De acordo com a Lei Federal  nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 esgotamento sanitário é coleta, transporte e tratamento. “A CAEMA faz tratamento de esgoto? Alguém tem notícia de que o esgoto lançado na Baía de São Marcos tem tratamento? Não há tratamento. Se não há tratamento, nós estamos pagando por uma mercadoria que a gente não recebe. Nós estamos pagando por um serviço que não é prestado, portanto, é uma cobrança ilegal”, afirmou.

Encaminhamentos

O Ministério Público vai adotar medidas judiciais pelo descumprimento do termo de ajustamento de conduta, caso comprovada a majoração; O PROCON abriu o procedimento e vai estudar suas medidas; Um projeto de lei será elaborado para obrigar a CAEMA a cobrar não pelas medições das casas, porque hoje quando não há o hidrômetro instalado, ela cobra de acordo com o tamanho da residência da área; o sindicato vai estudar e vai realizar uma campanha sobre o tema da Água e do Esgoto; Portanto vamos mobilizar na sociedade a todos que possam ter interesse, a apresentação de comprovação de majoração no preço da tarifa da CAEMA; Será criado um grupo de trabalho formado por essas instituições que vão dar prosseguimento no debate sobre a tarifa de Esgoto e sobre os serviços prestados pela CAEMA.    

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