terça-feira, 4 de setembro de 2012

Comissões da Assembleia Legislativa constatam que 90% do esgoto de São Luís não recebem tratamento



Da Assecom Dep. Bira

As Comissões de Direitos Humanos e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Maranhão realizaram, em conjunto, uma vistoria as Estações de Tratamento de Esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), na Ilha de São Luís.

Os presidentes das Comissões: deputado Bira do Pindaré (PT) – Comissão de Direitos Humanos e deputada Eliziane Gama (PPS) – Comissão de Meio Ambiente propuseram estas visitas após a Secretaria de Estado de Meio Ambiente ter interditado todas as praias de São Luís.

Na vistoria desta terça-feira (04), os parlamentares acompanharam o funcionamento das Estações de Tratamento do Jaracaty e do Aterro do Bacanga. 

As Comissões foram acompanhadas por Cristovam Teixeira (diretor de operação e manutenção da CAEMA) e por técnicos da companhia. Cristovam explicou que 60% da ilha de São Luís possui sistema de coleta de esgoto, contudo, apenas 10% deste é tratado nas estações de tratamento de esgoto. Portanto 90% dos dejetos da população da ilha são despejados in natura nos rios e depois no mar.

Para o deputado Bira esta falta de tratamento de esgoto explica a interdição de todas as praias de São Luís. “Se você pegar a Ilha de São Luís, 01 milhão e 300 mil habitantes, dará 160 toneladas de fezes, todos os dias, lançadas nas praias, nos rios, córregos, nos riachos, sem nenhum tratamento”, denunciou.

De acordo com Cristovam A CAEMA não despeja esgoto nas praias. A poluição chega as praias pelos rios Calhau, Pimenta e Jaguarema, pois apenas 10% do esgoto é tratado. A estação de tratamento de esgoto do Jaracaty contempla os bairros: Calhau, Ponta d areia, Cohafuma, São Francisco, Jaracaty, Avenida Litorânea e parte do Renascença. 

Cristovam explicou que todo trabalho da estação é automatizado e são tratados 110 litros por segundo. Já a estação do Bacanga, que abrange o Centro da cidade, trataria 250 litros por segundo, entretanto, ela funciona com apenas 25% de sua capacidade. Após a água passar pelo processo de tratamento ela não é potável. E depois de tratada é despeja nos mangues. 

Após a visita o deputado Bira constatou que apenas duas estações de tratamento não suportam, de maneira alguma, todo esgoto da ilha. Ele mostrou-se preocupado com a falta de rede de esgotamento e de tratamento de esgoto em São Luís.

“Nós pagamos por um serviço que não é realizado, só deveriam pagar pelo tratamento de esgoto os 10% da ilha que são contemplados. A explicação para a poluição de todas as nossas praias está na falta de investimento do Governo do Estado na ampliação e reestruturação do serviço de tratamento de esgoto em São Luís. Literalmente são toneladas de fezes jogadas ao mar todos os dias porque o Governo não fez saneamento básico, esgotos”, protestou Bira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário