Do blog Marrapá
“O que está acontecendo no Maranhão é extermínio, genocídio, etnocídio”, as palavras são do coordenador da Comissão Pastoral da Terra no Maranhão, Padre Inaldo Serejo na edição do Jornal O Globo de hoje (versão impressa). Segundo o Jornal, no mapa dos conflitos fundiários do Brasil, o Maranhão – com 27 pessoas marcadas para morrer – só perde em violência para os Estados do Pará e Amazonas, cada um com 30 ameaçados de morte em 2010. Enquanto nesses estados, as ameaças a trabalhadores rurais acontecem em geral por conta de denúncias de extração ilegal de madeira, no Maranhão os ameaçados são quilombolas e lideranças locais de sem terras. A CPT do Maranhão denunciou ao Jornal O Globo, a omissão dos governo Estadual, dos municípios envolvidos e da justiça. Desde a última quarta-feira, 1° de junho, mais de cem quilombolas estão acampados em frente ao Tribunal de Justiça do Maranhão. Eles protestam contra a lentidão da Justiça em julgar processos relacionados às mortes de suas lideranças, em contraste com ações de grupos de extermínio organizados por fazendeiros. Os quilombolas denunciam que “populações que ocupam terras há mais de 100 anos estão tendo suas casas destruídas, as plantações queimadas e até a água envenenada”.
O Globo aponta ainda que o Maranhão teve a maior elevação do país no percentual de conflitos agrários entre 2009 e 2010, passando de 112 para 199, 77,7% a mais.
Maranhenses marcados para morrer:
São Luís
Márcia Palhano da Cruz – agente pastoral
Paço do Lumiar
Maria da Conceição Almeida Ferreira – Liderança
Serrano do Maranhão
Cássia – Liderança
Santa Luzia
Valdecir Valtenir Aguiar (Carreteiro), assentado
Raimundo Fontinele da Silva (Raimundo Branco), assentado
Manoel do Socorro Góes (Manoel Pindaré), assentado
Palmeirândia
Manoel Catarino – Quilombola
José Ribamar Moraes – Quilombola
Brejo
Raimundo Nonato Gomes – Quilombola
Pirapemas
José Cruz da Conceição Monteiro – posseiro
Cedral
Ana – Posseira
Geovane Posseiro
Ribamar Fiquene / Senador La Rocque
Os sem-terra do acampamento Salete Moreno, localizado em Ribamar Fiquene, reivindicam a desapropriação da fazenda Arizona desde junho de 2008, quando houve a primeira ocupação. Uma vistoria do Incra teria classificado os 1.900 hectares da propriedade como improdutivos. Em agosto de 2010, as famílias que moram no local são atacadas por 10 homens encapuzados, que ameaçaram os moradores de morte. Segundo os sem-terra, o grupo foi contratado pelo gerente da fazenda.
Roseno – sem terra
Vânia – sem terra
Joelson – sem terraDelcimar – sem terra
Papaizão – sem terra
São Vicente Ferrer
Arnaldo dos Santos, liderança
Aquiles Serras, liderança
Manoel Santana Costa – liderança
Presidente Vargas
Antonio Manoel Barbosa – assentado
Codó
A área do povoado de Buriti Corrente é alvo de uma disputa fundiária e foi desapropriada pelo Incra em setembro de 2010, tendo como beneficiários os trabalhadores rurais. Esses trabalhadores vêm sofrendo ameaças de morte.
Edmar Brito – trabalhador rural esfaqueado em outubro do ano passado
Raimundo Nonato de oliveira Costa – Quilombola
Antonio Pereira Borges Quilombola
Evangelino de oliveira Costa Quilombola
Francisco Delmiro Silva Quilombola
Francisco Batista da Silva Quilombola
Rondon do Pará (PA)
Maria Joel Dias da Costa
Esposa do sindicalista José Dutra da Costa, o Dezinho, morto em 2000 diante da famólia em represália a suas ações como presidente do Sintidcato dos Trea balhadores rurais sem Terra ambos mudaram-se do Maranhão para o Pará em 1984. Maria Joel vive sob proteção policial e é das poucas a constar na lista do serviço de proteção a testemunha do Pará.
Que mundo é esse? Pagamos impostos pra termos segurança e somos marcados para morrer, parabénspela matéria.
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