segunda-feira, 6 de junho de 2011

Convite: Seminário e lançamento de livro "Identidade é valor‏"

Do blog Iconografias MA

*Identidade é valor* apresenta os resultados do mapeamento das cadeias produtivas do artesanato de povoados de Alcântara com a finalidade de sistematizar os processos produtivos, para que possamos identificar – comunidades e pesquisadores – os valores do artesanato a partir do ponto de vista dos produtores e suas representações sobre o consumo de seus produtos, quando estão em contato com os consumidores ou os mediadores da cadeia produtiva.


Por cadeia produtiva entendemos o conjunto de procedimentos, etapas, agentes, processos e produtos envolvidos em alguma atividade cujo resultado seja um produto, desde a sua pré-produção até o seu consumo final. Na cadeia produtiva estão envolvidas as pessoas que produzem e as que consomem o produto. Neste livro consolidamos um inventário do universo da produção do artesanato de Alcântara, entendendo o modo como estes artefatos são produzidos e conduzidos à venda; como os sujeitos que os produzem percebem e atribuem valor a este artesanato e também sua percepção sobre a atividade artesanal como geração de trabalho e renda, os entraves e as dificuldades sobre a sua produção.


*Identidade é valor* é uma das etapas do projeto* Iconografias do Maranhão*, que realiza desde 2008 mapeamentos iconográficos nos bairros da Praia Grande e do Desterro; entre grupos de tambor de crioula, bumba-meu-boi, blocos-afros e casas religiosas de matriz africana; entre os operários navais tradicionais da área Itaqui-Bacanga, inicia, nesta etapa, suas atividades entre as comunidades artesãs município de Alcântara, com patrocínio do Programa BNB de Cultura/BNDES.


Para nós, professores e alunos do curso de Design da UFMA, *iconografia *se transforma em ação, representada pelo verbo iconografar, que caracteriza o processo de identificação, descrição, classificação e interpretação dos significados simbólicos dos fazeres, dos saberes e das histórias de determinado grupo ou cultura e, ainda, as formas tangíveis destes significados – seus produtos, seus objetos e suas imagens, ou seja, sua cultura material. Este processo é construído coletivamente, entre os pesquisadores e as comunidades que produzem a cultura no Maranhão.


Além de proporcionar um sentimento de co-autoria entre as comunidades participantes do projeto, o mapeamento das cadeias produtivas apresenta-se como uma metodologia que dá visibilidade à cultura de um lugar, promovendo a comunicação do patrimônio imaterial.


O que inicialmente pode parecer uma estratégia de afirmação de identidades, na verdade, é uma estratégia de desconstrução de discursos e de práticas concebida sobre a produção e o consumo da cultura. Partimos da hipótese de que o processo coletivo de construção de imagens, entre pesquisadores e sujeitos da pesquisa, pode reforçar ou negar determinadas relações, discursos e práticas sociais.

Com o trânsito das imagens – polifônicas, pela natureza compartilhada de sua construção – expressam-se traços da identidade cultural, despertam-se sentimentos de autoestima e orgulho, além de promover a discussão sobre quais valores são importantes para tais identidades com o processo de tomada de consciência sobre a existência de um patrimônio que, com este projeto, torna-se tangível e acessível a todos.

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